quarta-feira, 26 de março de 2008

Soy un perdedor... i'm a loser, baby... so why don't you kill me...




Claaaro que a final tinha que ser no tapetão. :/

Mas o que eu queria mesmo era o screengrab da cara de MEIGO que Marcelo fez. Não achei.

A boa é que o que vai ter de biscate querendo dar a Gyselle (e se fudendo lindamente) no BBB9 não está no gibi. \o/

* * *


No livro 1984, o Grande Irmão se refere na verdade à figura política de maior grau hierárquico dentro do universo criado por George Orwell. Na ditadura descrita pelo livro, ele é um ícone ao qual os membros do Partido e o povo devem obedecer. Embora não fique explícito, dá a entender que ele é uma figura irreal, utilizada nos cartazes e nas imagens de vídeo, criada apenas para representar a classe política dominante. Seria um equivalente ao Tio Sam dentro do imaginário americano.

Numa analogia ao programa brasileiro, ele seria o Boninho, porém a gente sabe que o Boninho existe, então a analogia não funciona totalmente. É interessante que nessa edição ele seja mencionado em certos momentos como Big Boss (que seria na verdade o Big Brother do livro) ou Zeus (o que fode toda a analogia porque o sistema criado no livro é completamente oposto à idéia de religião).

Os participantes seriam "camaradas" membros do Partido, como o personagem central do livro, o Winston Smith. Winston é um cara de meia idade, então boa parte de seu questionamento no livro não dá pra ser associado ao Rafinha.

1984 não é lá muito simpático com as figuras femininas, sendo a mais simpática Julia, interesse romântico do nosso herói. Ela demonstra um especial apreço pelos prazeres mundanos tão criticados pelo Partido, incluindo aí o sexo. Curiosamente, também demonstra uma certa alienação contra a manipulação da realidade pelo governo, chegando a se demonstrar apática contra o engajamento de Winston. Seria o equivalente da Gyselle, mas, repetindo, o ponto de vista da personagem não é tão desenvolvido. É um universo masculino.

Bial seria O'Brien, que no começo seria o líder dos revolucionário (a Irmandade), mas que acaba se revelando como um traidor, membro da polícia de pensamento, que torturará Winston e lhe aplicará uma lavagem cerebral para que ele aceite sem restrições a ideologia vigente (ops, spoiler alert). Bial é especialmente bem escalado para esse papel.

A casa do BBB teria por alguns momentos a configuração do Ministério do Amor, onde o personagem central é preso e torturado. Aí a analogia nem funciona por causa do final, mas o interessante é que eles conseguem apagar de Winston qualquer vestígio de oposição ao sistema. Seria a reprogramação dos participantes, que entram na casa de uma maneira e saem convertidos (tipo o Marcelo) para só então serem eliminados.

Tudo isso é só pra dizer, que, oito edições depois, geral ainda faz comentários utilizando equivocadamente o termo BIG BROTHER.

* * *

Beijos nas crianças, abraço na família e fiquem em paz.
Até.

11 comentários:

Mary W. disse...

tipo agora eu entendi. por isso que eu acho q o marcos que tinha q ter ganhado. pq ele foi o mais big de todos os brothers.
(amei a gyselle ser a julia e o rafinha NAO dando conta de ser winston)

thales disse...

nossa, marcos ALTOS que funciona como winston. eu acho que teoricamente o rafinha sim, porque tem esse lance dos princípios, porque é um personagem motivado filosoficamente a questionar a realidade e tals. eu acho que o lance dele ter uns 40 anos relevante, o livro deixa a entender que a juventude é mais alienada porque já nasce nesse sistema. durante a infância, dá a impressão também que o winston foi meio mimado até perder os pais. eu acho a personagem feminina interessante porque embora sem muito destaque, a gente cria toda uma vida para ela.

Lídia disse...

Thales- Eu sempre vi o público como o Grande Irmão...eles perdem a noção do público, mas temem esse mesmo público o tempo todo. É o público que tudo vê.

Anna disse...

Gente, sei não. Tipos que pelo blog da Gys altos dá pra ver que ela é fluentíssima em novilíngua! hehehehehehehe :P

Lídia disse...

(ou o mundo real...essa referência constante a REALIDADE..."lá fora")

thales disse...

líder --> oh, é verdade. mas fica muito difícil a não resistir e ver o público como manipulado. no programa, a globo tá no topo da hierarquia. no livro tem isso de não apenas ser filmado toda a hora como também ser exposto toda a hora pela imagem, o que não ocorre na casa do bbb.

thales disse...

é engraçado que o questionamento da realidade no livro foi o mesmo que o marcelo e o macros fizeram na discussão lá, que a verdade tá na cabeça das pessoas. mas eu questiono o público como grande irmão porque os participantes obedecem às regras da globo. se uma tina fosse popular, ela seria eliminada pelas regras do programa.

Lídia disse...

Isso é verdade...a Globo acaba por manipular o público.Acabo de concordar com vc...rs

éRiCa ^^ disse...

best post ever sobre o big brother (o livro)


e best comentário ever: Tipos que pelo blog da Gys altos dá pra ver que ela é fluentíssima em novilíngua! hehehehehehehe :P

SAIJSAIJSAIJSAIJIJSAHUSAUHASUHASUHA

adorei

Tiago disse...

Numa analogia ao programa brasileiro, ele seria o Boninho, porém a gente sabe que o Boninho existe

Er...Quem disse?
Vc já viu o Boninho pessoalmente? Já apertou a mão dele?

Aposto que o Boninho não existe. O Boninho, na verdade, é a mulher dele que é a filha ilegítima do Boni e finge que ele existe pra se poupar das críticas.

É por isso que ele nunca aparece no Arquivo Confidencial.

Unknown disse...

Muito boa a 'resenha' do livro e os comparativos com a edição.

realmente bom.

inté
=)